REFLEXÃO EM DESTAQUE - Lívia Pereira de Souza

"Apesar dos nossos defeitos, precisamos enxergar que somos pérolas únicas no teatro da vida e entender que não existem pessoas de sucesso e pessoas fracassadas. O que existem são pessoas que lutam pelos seus sonhos ou desistem deles".
Augusto Cury

quinta-feira, 19 de maio de 2011

O lúdico

A respeito do lúdico, Vygotsky (1989) aponta que, embora o prazer não possa ser visto como característica definidora do brinquedo, ele preenche as necessidades da criança. A tendência de uma criança muito pequena é satisfazer seus desejos imediatamente. Na fase escolar, surge uma gama de desejos e o brinquedo parece ser inventado, quando a criança começa a experimentar desejos não possíveis de realização imediata. Para resolver esta tensão, a criança se envolve num mundo imaginário.Tanto os estudos de Piaget, como de Vygotsky nos levam a refletir sobre o significado do jogo simbólico e do brinquedo na infância, do ponto de vista do seu valor no desenvolvimento da criança, construção da personalidade que envolve um intercâmbio do cognitivo e afetivo. Através dele desenvolvem-se as relações interpessoais, o conhecimento lógicomatemático, a representação do mundo, a linguagem e também a leitura e escrita. A criança opera com significantes e significados, logo, com objetos substitutos quando brinca. A interação com o mundo passa do plano da ação, num nível simbólico, através de formas de representação como a fala, o jogo, a imitação. Toda evolução representativa é necessária e anterior à transferência das ações em operações. A ação por ela mesma não garante a conceitualização.

A representação é assim condição para as operações mentais, porque é a capacidade de representar que possibilita a tomada de consciência e a organização do mundo, na medida em que torna possíveis os quadros que englobam simultaneamente os fatos passados, presentes e futuros. As atividades representativas contribuem para a estruturação operatória/sensível
do pensamento, dada por meio de signos, símbolos e/ou sinais (convencionais ou arbitrários).
Os significados socioculturais historicamente produzidos são internalizados (reelaborados) pelo homem de forma individual e, por isso, ganham sentido pessoal, “a palavra, a língua, a cultura relaciona-se com a realidade, com a própria vida, com os motivos de cada indivíduo”. “A verdadeira comunicação humana pressupõe uma atitude generalizante, que constitui um estágio avançado do desenvolvimento do significado. As formas mais elevadas da comunicação humana somente são possíveis porque o pensamento do homem reflete uma realidade conceitualizada”. (Vygotsky).


BIBLIOGRAFIA:
JUNG,C. O homem e seus símbolos. Rio de Janeiro, 1989.
VYGOTSKY. A formação social da mente. São Paulo. Martins Fontes, 1984.

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